Resenha: Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2



DivulgaçãoO garoto que sobreviveu finalmente enfrenta o Lord das Trevas
Para a maioria dos filmes é injusto construir a crítica levando em conta seu entorno. O ano em que foi produzido, os livros que originaram, os filmes que vieram antes. Com os longas da franquia “Harry Potter”, em especial esse último, é o contrário. É injusto pensar nele como uma obra fechada em si. Ele só funciona, e funciona muito bem, porque o expectador já domina uma série de informações daquele universo.


“Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2” começa do exato ponto em que a parte 1 terminou. Com Voldemort conseguindo a varinha das varinhas (uma das relíquias) e com os três garotos tentando decidir qual será o próximo passo na busca pelas Horcruxes. Mas nada disso importa porque é neste filme que finalmente veremos o embate final entre o bruxinho com a cicatriz de raio na testa e o Lorde das Trevas.


Curiosamente, o filme acelera demais os acontecimentos, tornando a experiência um pouco vertiginosa. Não temos mais aquelas belas passagens da primeira parte, em que vemos Harry sozinho, pensando. Nem parece o mesmo filme. Mas há uma certa recompensa nisso. As cenas das batalhas são muito bacanas (mesmo para quem achava que nunca mais ia curtir uma cena de batalha depois de “O Senhor dos Anéis”).
DivulgaçãoHarry precisa se sacrificar




Os não fãs de Harry Potter podem até chiar por um ou outro furo no roteiro (como o desaparecimento de Luna, que reaparece em Hogwarts misteriosamente), ou pela luta anticlímax (que é bastante parecida com o livro), ou mesmo perguntas que ficam sem respostas, como ‘por que ele tinha a capa da invisibilidade?’ (que são respondidas nos livros). Mas a questão mais importante, no fundo, é: se você não é um admirador da franquia, por que assistiu oito filmes, cujo menor tem duas horas e 15 minutos?


Porque, no fundo, o importante no filme é dar uma conclusão ao que foi iniciado de forma infantilóide no primeiro longa, dirigido por Cris Columbus. É acompanhar o final da jornada desse personagem que viu muitos sacrificarem tanto por ele, e agora entende que é ele quem tem que sacrificar algo pelos outros.
DivulgaçãoOs segredos de Snape serão revelados




Ajuda no processo, talvez mais que direção de David Yates, toda a bagagem dos atores. O trio principal, Daniel Radcliff, o Harry, Rupert Grint, o Ron, e Emma Watson, a Hermione, cresceu contracenando com alguns dos melhores atores vivos do Reino Unido. Gente como John Hurt, Emma Thompson e Warwick Davis, por exemplo, fazem apenas pontas na franquia. Por conta disso, os três, hoje, com pouco mais de 20 anos, acabam dando um belo show.


Mas os pontos altos ainda ficam, como foi frequente nos outros filmes, com Ralph Fiennes, o Voldemort, e Alan Rickman, como Snape. Mesmo que Helena Bonham Carter, como Bellatrix Lestrange, tenha seus momentos e que Maggie Smith, a Professora Minerva McGonagall, tenha um pouco mais de espaço que o usual (e o aproveite magistralmente), é Rickman e Fiennes que sempre se destacam.
DivulgaçãoRalph Fiennes como Voldemort: a encarnação do mal




Por conta de tudo isso é que é um pouco triste que o embate entre Harry e Voldemort seja um pouco anticlimático. Ainda durante a luta parece difícil acreditar que Harry seja páreo para Voldemort, especialmente depois de tudo o que já vimos ele fazer. Mas acaba que é uma luta bem parecida com a descrição do livro. E pobre de quem tiver coragem de mudar o final de “Harry Potter” para o filme.

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